15 de dezembro de 2015

Ao ser visitado pela Sagrada Eucaristia,
Meu coração exulta alegre
Tomado que foi para ser paisagem
Do encontro de amor entre a Mãe e o Filho.

Já é motivo de grande honra ao escravo
Testemunhar a reunião jubilosa de seus senhores.

7 de dezembro de 2015

calma, alma

O cansaço era típico do domingo, mas algo me movia. Fui lá encontrar meu Amigo.
Estava, como sempre à minha espera. À espreita. Olhando pela janela pra ver a hora que eu chegaria. Tenho a impressão que só naquele dia Ele tinha conferido umas sete vezes se meu carro não estava parado lá na frente, se eu tinha me distraído com alguma outra coisa e esquecido de entrar.
Cheguei tarde. Falei "oi, como está", como de costume. E Ele me deu um abraço, dizendo "senta um pouquinho". Falei que não ia poder demorar, que não tinha comido ainda, que tinha que acordar cedo no outro dia. Ele disse que não tinha problema. "Só um pouquinho".
Tanta coisa eu diria se tudo que eu quisesse dizer não coubesse no silêncio. Vários silêncios, vários minutos, infindos momentos. Silêncio que não é inanição, mas olhar terno.
Quase me despedia, quando lembrei dum padre querido. A oração dele abrasou meu coração naquela hora. (Engraçado como alguns conseguem por em frases aquilo que pra mim não tem palavra.)
Então, minha alma se apossou daquela súplica, que tão intimamente também lhe era própria: "Fica, senhor, comigo. Fica, meu grande amigo".

- "Minha alma é tão pobrezinha".
- Calma, alma, calma.




14 de maio de 2014

Uma carta de agradecimento para quem faz questão.

Toda vez que eu fecho minha mala abro vista para a contemplação. Eu temo ficar só com a reminiscência ou não lembrar do gosto, só que era bom ou ruim. E minha pequena fábula começa a se desenrolar bem em frente aos meus olhos.
Foi assim na Bolívia: o gosto azedo da cultura extravagante, o cheiro forte de urina, o toque macio da neve, o ar rarefeito das montanhas, a Pacha Mama (Mãe Terra) que paira, ora furiosa, ora ternura. Lembro bem que meus pés tocaram o solo brasileiro com 50 tons de alívio. Ufa, aqui tem feijão, axé, segurança, português, amizade... Nem dei saída do país, só pensava no churrasco do pai.
Mas, assim que minha mala fechou de vez, não pude conter o emocionante “caralho”. Que foi que eu fiz? Que dias foram esses? Que mais falta eu fazer?
A cada nova experiência, eu quero sempre mais. Como um PACMAN que não se contenta mais com os petiscos da tela, mas quer também ser jogado em 3D. E, por vezes, me jogo de cabeça na armadilha que eu mesmo criei.
Por várias vezes eu preciso repetir (se não, me esqueço) que Anitta nunca poderá fornecer de maneira igual à Maria Rita. E vice versa. O tom não é o mesmo. A rima, a ginga, o vocabulário e a natureza também não. Eu sei. Mas ainda quebro a cara.
E é assim que começo contando da minha última viagem. Fomos em bastante gente. Já estive na estrada com mais, todavia o número era apropriado. Minha mala foi cheia. Não de roupa, mas pesava o que ali havia de abstrato: amor, apreensão, experiência, línguas diversas, receio, vontade e uma pitada de medo.
Já é difícil eu topar uma viagem dessas com gente desconhecida. Quiçá com gente conhecida e sem tempero ou temperada com coentro. Odeio coentro. Mas fui, confiante.
É tão frustrante quando não é mais. É tão decepcionante quando não me surpreende. E então me pego a pensar: de quem eu exijo tanto? De mim mesmo ou dos outros? Da viagem ou de Deus mesmo? Vou poder acordar no outro dia, riso de canto, dizendo a máxima de qualquer jovem que preza pela vida como eu: “valeu a pena”?
Tão clichê, tão adolescente, mas tão verdadeiro né?
Viver a vida como Pollyana é perceber que, na verdade, seu time sempre tá ganhando. Pode rolar a goleada que for, a eliminação na copa do mundo ou a não classificação para as quartas de final, mas o time é sempre vencedor. A minha facilidade um pouco mais apurada em encarar a vida de tal maneira é meu grande trunfo quando encaro de frente o mundo real. Até quando? Não sei. Mas, ora bem cedo, ora com um pouco mais de suor, sempre encontro os fins que justificam os meios.
Realmente, não foi mais nada que qualquer outra viagem. Mas ganhei de virada.
Encontrei com uma mulher. Pedi por ela, e ela veio bater um papo. Sabe aquela a quem Deus disse que poria a descendência da cobra contra a descendência dela? Aquela que muitos conhecem, mas poucos reconhecem? Atendeu meu pedido e veio aqui. Pra nunca mais eu querer que vá.
Se parasse por aí, eu já me diria contemplado. Custou um pouco de solidão tal encontro, mas teria me satisfeito. Mas presente quase nunca vem sem embrulho e o meu também não veio. Aliás, veio com esses embrulhos que se quer guardar de tão belo que é.
De todas as pessoas que caminharam lado a lado comigo, algumas fizeram questão. Quem faz questão tem consciência do que quer e não perde oportunidade. Esse tipo de gente é decidida, tem atitude. Eu sou um tanto assim, faço questão de estar perto, de rir junto, de lembrar que eu faço questão, e quando eu encontro quem também o faça... A química nem tenta explicar essas reações, porque transcendem os átomos. É mistério mesmo. Deus mesmo.
Gente assim eu guardo e não deixo empoeirar.
Pudera eu mensurar e traçar em unidades de medida o pedaço de bondade que me deixaram. Mas talvez assustaria.
Desta vez, eu fecho minha mala pensando nestes. E uma prece eu elevo aos céus pela vida deles. Que de hoje em diante eu não perca sequer uma oportunidade de deixar um traço meu na folha de outro, tal qual eles fizeram na minha. Que mesmo que irregulares, meus rabiscos não deixem mais as folhas de quem passa por mim em branco. Que eu não passe pela vida de alguém sem deixar um sinal.

31 de dezembro de 2013

Dos conectivos.

Quem conhece o meu Mundo de Sofia sabe: trato os anos como frases e ligo os anos com os conectivos que a gramática oferece (ou com o que eu sei dela, o que não é muito). Desse modo, sempre utilizo um conectivo para ligar o tempo que vai passando. Eis como funciona: “2010, mas 2011. 2012...”. Acho que, agindo assim, me sinto mais autor do que me ocorre, ou talvez mais leitor. Mas sempre me vale uma boa verificada das pegadas que ficaram.
Acho meio engraçado o que a virada do ano desperta na minha cabeça. Me sinto um Globo Repórter diante de uma Retrospectiva, acrescentado de um Pasquale diante de uma análise sintática e, mais ainda, um filósofo fajuto que tem tempo certo pra funcionar. Todavia, esse “exame do que passou” sempre me rende bons risos, olhos marejados, caretas de asco e outras reações que não merecem respeito. De qualquer forma, aproveito para avaliar, fazer balanço e traçar metas, tal qual uma empresa deve fazer.
E foi assim: 2012 mas também 2013. Isso mesmo. Meu 2013 esteve conexo com o ano anterior por uma conjunção aditiva. Não sei explicar muito, mas sinto que muito me foi acrescentado nos últimos dois anos. 2012 foi o começo de uma nova frase e 2013 veio em acréscimo.
Veja bem: não quero dizer que tudo permaneceu inerte, no mesmo período, sem clímax, sem adversidade, sem figura de linguagem. Não. Houve soma, acréscimo vultoso.
Ganhei bastante em 2013. Não dinheiro, mas amigos, experiências, coragem, intimidade, abraço, beijo... Ganhei por diversas vezes de mim mesmo, naquela nossa batalha diária contra nossas próprias pobrezas, sabe? E estou me sentindo artilheiro. Claro que também perdi, dei rasteira e cometi pênaltis. Mas o saldo do jogo foi positivo pro meu time.
Acompanhe comigo, em poucas linhas, os memoráveis eventos: estive em contato direto com pessoas do mundo todo numa tal Jornada Mundial da Juventude, diante de um papa que não se cansa de me golpear right on the nose. Ouvi o som vivo que saiu da boca de diversos artistas que fazem parte da minha rotina, naquele Rock in Rio. Partilhei momentos transcendentais com velhos e novos amigos, conhecendo um Cristo vivo, pulsante e, por muitas vezes, grosso. Terminei o ensino superior ao lado de pessoas que jamais sairão de minhas orações. Andei descalço na praia, salguei a pele no mar, ganhei gincana, falei que amava, demonstrei que amava, ouvi que amava. Rezei calado, chorei disfarçado, cantei desafinado, gargalhei exagerado, conheci admirado, me embebedei moderado, me doei cansado. Em resumo: tive uma dose cavalar de Deus.
Termino o ano agradecido, com certeza. Deus tem me dado muito de si e só consigo sentir gratidão por tudo isso. Agora só me resta traçar as metas. Vou me ater a 5, para não estender o texto (sem ordem de importância):


  1. Saciar minha sede de ser alguém melhor. Não quero ser medíocre para os outros. Também não quero ser ídolo deles. Só o melhor que puder.
  2. Aumentar os lucros. Só eu sei o quanto minha conta bancária anda magrinha. Estou comprometido com 2014: encontrarei meu lugar na Administração Pública.
  3. Ler mais. Conhecer mais. Não parar de querer saber. Não frear a curiosidade.
  4. Doar mais. Doar o que eu sei, o que eu aprendi e o que é dom natural mesmo. Doar dinheiro, mas principalmente doar carinho. Doar minhas mãos e meus pés. Doar meu coração e minha razão. Me valer para outro crescer.
  5. Me encontrar com Deus, cada um dos próximos 365 dias. Em cada esquina, em cada rosto, em cada tropeço, em cada conquista. Até mesmo na presença daqueles que acham Deus baboseira e eu um idiota.

A sexta meta eu já comecei a cumprir em 2013, agorinha mesmo: escrever mais. Percebo que muito eu perco no meu emaranhado de ideias e quando eu tento decifra-las em palavras eu também vou contando minha história, organizando minhas invenções cabulosas e notando o caminho que eu estou trilhando.
Estou em um dia propício para dizer: em 2014, não quero ser mero coadjuvante. Nem mesmo protagonista. Quero ser co-autor mesmo. Assumir a direção e o roteiro, junto com meu todo-poderoso parceiro. Quero, entre 2013 e 2014, um ":" (dois pontos).

25 de setembro de 2012

o jardim dos vocábulos.

um dia encontrou, no meio daquele jardim de palavras, uma de significado peculiar: CON.FI.AN.ÇA.
ficou tão impressionado com o cheiro que exalava aquele vocábulo, que resolveu se aprofundar no caminho e seguir a rota que levava aquele odor.
pode perceber que diversas eram as palavras que possuíam a mesma beleza estética, mas seu olfato era atraído especialmente por aquelas quatro sílabas.
toda vez que, captado pelos seus olhos que, egoístas, queriam trazer a atenção da razão só para si, ele se apaixonava perdidamente por uma palavra de apurada beleza, percebia que seu caminho não era pautado pela mesma segurança que o cheiro da confiança lhe proporcionava. sempre que seus olhos lhe mostravam maravilhas, a estrada que percorria era espinhosa, desnivelada, irregular.
mas veja que um dia resolver pautar a estrada da vida no cheiro da confiança. fechou sua visão e abandonou-se no olfato, certo de que a rota agora estava preparada, exalando cheiro de certezas.
percebeu que certo estava o tal Drummond ao dizer que no caminho tinha uma pedra. mas, em absoluto, nunca tropeçou numa delas e caiu despedaçado no chão.
se caiu, caiu pra tomar consciência da superfície linear que era o caminho que trilhava. caiu pra entender que o joelho sustenta, que ferida cicatriza, que tem gente ao lado, que tropeçar e cair é corriqueiro.
jamais se arrependeu de ter aposentado a retina.

15 de setembro de 2012

Positiva-idade.

Quem nunca esfregou a caneta atrás da cabeça, até que ela esquente, e tentou fazer grudar uns pedacinhos de papel picotado, antes repousados sobre a carteira?
A primeira vez que vi alguém tendo sucesso com essa experiencia, me senti trapaceado, como em qualquer show de mágica pitoresca que assisto. Que que eu não vi?
Eis que, tempos depois, meu professor de química desmistificou a mágica da caneta grudenta. De acordo com ele, ao atritar a caneta no cabelo, algo acontecia com as cargas elétricas que a transformava em um pseudo-imã que fazia atrair os papéizinhos. Algo que chamaram de eletrização por indução ou alguma coisa assim.
Crescido, agora eu reparo numa presença em especial que, assim como as canetas ionizadas, parece retirar qualquer íon negativo que, desapercebido, foi pairar na minha áurea sem que eu percebesse. É um tipo de vassoura eletronegativa que varre todos os resquícios de sentimentos ruins que pudessem estar me tomando.
É um sorriso. Uma palavra. Uma rima. Um samba. Um agradecimento.
Diante de todo aquela sensação de que o céu nos girava em seus braços, não pude compreender quando as palavras chegaram ao meu ouvido: "cada um de voces faz a diferença na minha vida". Não pude, porque parecia que o único beneficiado com a positividade ali era eu. Parecia até egoísta da minha parte querer tomar tudo que houvesse de bom ali para o meu bem-estar. Mas vieram essas palavras de carinho e, em seguida, aquele agradecimento, para mim descabido.
Olha, quisera eu poder colocar uma conclusão, um clímax na história, uma lição de moral. Mas meu poder de compreensão não consegue se fazer ouvir.
No momento, ele soa rouco, manso, ritmado num samba, servido de muita energia que não posso traduzir. A imagem que fica é só da coisa boa que essa figura traz. Uma alegria de estapear qualquer sagitariano bem vivido.
Que a felicidade seja nosso altar nessa noite.

11 de setembro de 2012

Escrevo para tentar entender.


Na vida, posso vislumbrar dois tipos de relacionamentos. E me refiro, neste instante, aos fraternais porque a preguiça me inunda e não me permite dizer acerca dos amores shakespereanos.

Existe um laço fraternal que acontece pra crescer. E crescer somente, até a estagnação. É quando dois positivos se encontram e, pasmos com a tamanha similaridade dos polos, passam a se acompanhar. Giram, eles, em torno do mesmo núcleo e não se estranham.

Este tipo de ligação, em particular, tende à mesmice. Sempre estagnada, não há altos, ou baixos, e os momentos memoráveis dessa relação estão balizados pela normalidade. Quase como um padrão, regular como um aluno nota 8,0.

Por outro lado, existe um tipo de laço afetivo que se reconstrói de um desabamento.

Sabe esses prédios que, por algum motivo, são destruídos e, acima de suas cinzas, se ergue um castelo dos mais ricos e cimentado pela quase perfeição?

Este tipo de fraternidade nasceu de uma afinidade, sem dúvida, mas de um positivo e um negativo. Dois pontos divergentes que, muitas vezes, não circundam o mesmo núcleo, objetivo, padrão de vida. Mas, como num monitor de 22 polegadas que tem um pixel morto e toda a atenção do usuário é chamada para aquele mínimo ponto, existe uma convergência para o que chamam amizade.

Divergentes que são, esses dois polos acabam se estranhando em determinado momento e verificam que não há força alguma que os faça atraírem-se e permanecerem de braços dados novamente. Se perde no caminho aquela afinidade primeira, superficial que era, como muitas que se atreveram escapar quando se passa do módulo colégio para o módulo universidade.

Tem-se a impressão que “melhor assim” e que a decepção, ou o sentimento ruim que brotou dali, vai tardar a cicatrizar. Por vezes, o receio de cutucar o machucado, ou mesmo um segundo golpe onde já estava sensível, leva à reflexão que o afastamento é o melhor remédio. “Não há que se fazer esforço por um laço de amizade”, a cabeça raciocina.

Mas veja que os polos se reencontram. E, ora por esforço de um, ora por laissez faire do outro, verifica-se um recomeço.

Aqui, cada ladrilho é colocado com demasiada cautela, e, por vezes, hesitação.

Não estou desmentindo a máxima que afirma que confiança perdida é como uma jarra de vidro que se quebra, cujos caquinhos juntos não formam um novo recipiente com a mesma solidez que o antigo. Até chego a concordar quando me dizem. Mas na ressurreição desse companheirismo, observa-se um bem-querer que transpõe tal verdade, e lança mão dos artifícios humanos traduzidos em desconfiança, traição, mero coleguismo, orgulho, preconceito.

Só é possível explicar como transcedentalidade, o que acontece. A amizade que surge de uma decepção, quando o bem-me-quer é sincero, ultrapassa os limites da regularidade, da amizade morna. Aqui, a conversa passa a ser outra.

Digo isso tudo porque alguns dos amigos que mais me importo, que mais quero eternos e que mais desejo proximidade, renasceram. Foram implodidos e re-estruturados na humildade, na consideração e na admiração pessoal.

Com o tempo, eu aprendi que o amor não nasceu pra ser guardado. Muito menos tão somente recebido. E essa constatação me fez colocar pontes de hidrogênio nas estruturas de meus relacionamentos.

A tendência que rege o amor ruma ao outro. Não haveria que se falar em amizade, fraternidade e companheirismo se não houvesse o pai-de-todos amor. E este não sobreviveria se não existisse a quem prestá-lo.

Hoje em dia, não guardo amor pra não sedimentar açúcar.

13 de agosto de 2012

A fábula por trás da cortina.


De todos os momentos da minha vida ainda pequena, pretendo descrever 30 segundos em que a respiração falha e o coração descompassa, tremendo.

É aquele instante após o abraço. A cortina se fecha, o palco escurece e o silêncio reina em cada movimento.

Posso sentir meu corpo vibrar de vontade. Transpira a dança pelos poros, aguardando o 8 correto para expandir, enquanto a platéia toma assento e sussurra os preconceitos que já pairam entre o leigo e o bem entendido.

Ali eu quis que o tempo se alongasse como a minha coluna. Quieto e na penumbra.

Ecoa uma turbulência naquele silêncio e tenho a sensação que minhas artérias estão prestes a explodir.

"Eu quero pulsar maior. Eu quero pulsar em RPM. Em beats, bytes, pixels, energia, suor, lágrima".

Cresce uma insanidade no peito de querer dar o salto mais alto, o passo mais largo, o giro mais preciso.

Eu só preciso de três campainhas agora. O sangue corrente chega a ser audível no momento em que ela grita, por três vezes, como eu esperava.

A luz esquenta o proscênio. A cortina revela a caixa aberta em que se encontram as expressões corporais ansiosas por voyeurs. E o ritmo conecta os ouvidos ao ritual que se consumirá nos próximos 50 minutos.

Me levanto, endireito os ombros e me abandono na cadência musical.

8 de julho de 2012

se um dia me perguntassem "Você conhece Jesus"
eu diria simplesmente: Tenho até uma foto com Ele!



serviu.

não sei se vou falar grego agora, mas já houve um alguém, despretensioso, desligado de qualquer conotação carnal, que te disse, no bom e velho português, num diálogo vivo, sem o intermédio da tecnologia: EU TE ADORO, SABIA?

a história é simples.

um domingo longe de ser destaque na memória.
um dia frio tal qual conversa de elevador. 
uma noite destrinchada em desânimo pelo dever-fazer irritante.
um diálogo inconsequentemente trivial acerca do movimento circular de rotação da Terra.

 uma constatação de carinho.

sem "alô" o sorriso vem: largo e sincero como você não achou que iria acontecer até o término desse dia meia boca.
é quando a vida volta a ser boca inteira.
o abraço se fez palavra e repousa no ombro do ouvido pra tardar a sair.
por favor, que sua presença volte sempre.