15 de dezembro de 2015

Ao ser visitado pela Sagrada Eucaristia,
Meu coração exulta alegre
Tomado que foi para ser paisagem
Do encontro de amor entre a Mãe e o Filho.

Já é motivo de grande honra ao escravo
Testemunhar a reunião jubilosa de seus senhores.

7 de dezembro de 2015

calma, alma

O cansaço era típico do domingo, mas algo me movia. Fui lá encontrar meu Amigo.
Estava, como sempre à minha espera. À espreita. Olhando pela janela pra ver a hora que eu chegaria. Tenho a impressão que só naquele dia Ele tinha conferido umas sete vezes se meu carro não estava parado lá na frente, se eu tinha me distraído com alguma outra coisa e esquecido de entrar.
Cheguei tarde. Falei "oi, como está", como de costume. E Ele me deu um abraço, dizendo "senta um pouquinho". Falei que não ia poder demorar, que não tinha comido ainda, que tinha que acordar cedo no outro dia. Ele disse que não tinha problema. "Só um pouquinho".
Tanta coisa eu diria se tudo que eu quisesse dizer não coubesse no silêncio. Vários silêncios, vários minutos, infindos momentos. Silêncio que não é inanição, mas olhar terno.
Quase me despedia, quando lembrei dum padre querido. A oração dele abrasou meu coração naquela hora. (Engraçado como alguns conseguem por em frases aquilo que pra mim não tem palavra.)
Então, minha alma se apossou daquela súplica, que tão intimamente também lhe era própria: "Fica, senhor, comigo. Fica, meu grande amigo".

- "Minha alma é tão pobrezinha".
- Calma, alma, calma.