Tive um encontro comigo mesmo, na esquina daquela virada de ano.
Não me reconheci.
Ali, face a face, consegui me descrever como PRÓXIMO.
Próximo aos meus companheiros. Ainda mais próximo, entretanto, aos adornos do meu quarto.
Sou o próximo da fila do banco das realizações. Entretanto, mais
próximo do suor do labor árduo, diário, cotidiano.
Estou próximo de largar tudo e seguir viagem. Mas a proximidade é
maior com a raiz genealógica do meu ser.
Próximo a um colapso existencial, talvez. Mais próximo ainda de um
colapso de gargalhadas.
Próximo, bem próximo da morte. Mas agarrado, bem agarrado à vida.