31 de março de 2009

Better Together

"'Cause we're so young now [...] And when tomorrow comes, we'll just do it all again."
The Corrs
So Young



A teia social que me cerca muito me orgulha. É de se olhar ao redor e ficar contente com tantas pessoas sensacionais que me acompanham na incrível jornada. Hoje, em especial, quero homenagear uma.
Essa idéia de que devemos estar sempre mais próximo daqueles que partilham do mesmo sangue parece, ao meu ver, egoísta. Devemos tentar cativar o maior rebanho de amigos possivel. Isto vale à pena. Fará olhar pro passado com gosto, dar aquele suspiro e dizer "Fui feliz e sabia". Gratificante saber que tua presença fez diferença pra algumas pessoas, ela foi essencial talvez. Imagino que ao lembrar do que fui e com quem estive um arrepio na espinha me ativará o corpo, e aquela sensação de satisfação virá a tona.
Tenho convicção no que digo: criamos nosso laço sanguíneo. Fizemo-nos próximos por DNA, forçamos e estrapolamos a barra do impossível. Não há como negar que a gente se merece, que a gente se diverte, que a gente se chateia, que a gente se consola, que agente se emana, que a gente se endoidece. Não nascemos irmãos, primos ou sei lá por mero acaso, ironias do destino. Mas e daí?
No imprevisível caminho, nos esbarramos e fazemo-nos importantes. Criamos nossos ídolos e nossos exemplos, nossos mitos e nossa justiça. Fizemos a nós, e só. A gente se basta e mais nada.
Feliz Aniversário, Thaysa. Que tu alcance tudo o que de melhor existe e que queiras. Que chegues aos teus sonhos mais improváveis. Que tenha saúde, que tenha dinheiro. E que estejamos juntos até que o Alzeimer nos separe.
Grande beijo.

"Somos irmãos da lua, farinha do mesmo saco, galinha do mesmo ovo. E a calma é irmã do simples, e o simples resolve tudo. Mas tudo na vida às vezes consiste em não se ver nada."

26 de março de 2009

Encontros e Despedidas


"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma; até quando o corpo pede um pouco mais de alma. Eu sei, a vida não pára (a vida é tão rara)."
Lenine
Paciência

Conheci alguem. Não que seja algo raro, mas este caso me fez pensar: quantas pessoas conheço, mas não converso? E a situação fica ainda mais estranha quando o outro também me conhece, mas nunca estabeleceu um diálogo comigo. Quer dizer, somos estranhos conhecidos ou amigos anônimos.
É dificil, mas há que se admitir que estabelecer contato direto, sem precedentes nem intermediários, ainda é um ato complicado. Deve-se reconhecer que nunca sabemos como será a recepção ao nosso "Olá"; aliás, a premissa que possuímos é que, na verdade, seremos recebidos com um grande pé atrás. Chato: perde-se a oportunidade de conhecer pessoas magníficas.
Lembro-me bem que, ainda criança, certa vez tive uma idéia. Olhando pra uma foto minha com alguns amigos, comecei a reparar no plano de fundo: será que alguma dessas pessoas que está em segundo plano na foto, será meu amigo um dia? Será que algum desses desconhecidos passará a ser meu ídolo? E o mais desconsertante: será que minha futura esposa está aqui e eu não consigo enxergá-la ainda?
Parece loucura, mas creio que pessoas do presente em algum momento já esbarraram em mim no passado. Assim como, creio que pessoas do futuro passam por mim na rua e nem sequer nos reparamos. Estamos todos interligados numa rede social indissolúvel que só tende a dilatar. O inimigo pode estar do meu lado, e meu amigo pode ser aquele vizinho estranho. Este pensamento atiça o meu homo sociabilis e faz-me agradecer pelas incríveis pessoas que já conheci. Contradizendo outro blog, não quero nunca voltar a ser primata.

25 de março de 2009

Tome-as e expanda-se.

A palavra como forma de expressar-se, expandir-se. A palavra como forma de teorizar o começo e o fim. A palavra como prazer. A palavra como um soco no estômago. A palavra, como só ela há. Até a inevitável mudez.


"Os adolescente da minha geração, ávidos pela vida, esqueceram de corpo e alma as ilusões do porvir, até que a realidade ensinou a eles que o futuro não era do jeito que sonhavam e descobriram a nostalgia."
Gabriel García Márquez
"Memórias de minhas putas tristes"