Quem
conhece o meu Mundo de Sofia sabe: trato os anos como frases e ligo os anos com
os conectivos que a gramática oferece (ou com o que eu sei dela, o que não é
muito). Desse modo, sempre utilizo um conectivo para ligar o tempo que vai
passando. Eis como funciona: “2010, mas 2011. 2012...”. Acho que, agindo assim,
me sinto mais autor do que me ocorre, ou talvez mais leitor. Mas sempre me vale
uma boa verificada das pegadas que ficaram.
Acho meio
engraçado o que a virada do ano desperta na minha cabeça. Me sinto um Globo
Repórter diante de uma Retrospectiva, acrescentado de um Pasquale diante de uma
análise sintática e, mais ainda, um filósofo fajuto que tem tempo certo pra
funcionar. Todavia, esse “exame do que passou” sempre me rende bons risos,
olhos marejados, caretas de asco e outras reações que não merecem respeito. De
qualquer forma, aproveito para avaliar, fazer balanço e traçar metas, tal qual
uma empresa deve fazer.
E foi
assim: 2012 mas também 2013. Isso
mesmo. Meu 2013 esteve conexo com o ano anterior por uma conjunção aditiva. Não
sei explicar muito, mas sinto que
muito me foi acrescentado nos últimos dois anos. 2012 foi o começo de uma nova
frase e 2013 veio em acréscimo.
Veja bem:
não quero dizer que tudo permaneceu inerte, no mesmo período, sem clímax, sem
adversidade, sem figura de linguagem. Não. Houve soma, acréscimo vultoso.
Ganhei
bastante em 2013. Não dinheiro, mas amigos, experiências, coragem, intimidade,
abraço, beijo... Ganhei por diversas vezes de mim mesmo, naquela nossa batalha
diária contra nossas próprias pobrezas, sabe? E estou me sentindo artilheiro. Claro
que também perdi, dei rasteira e cometi pênaltis. Mas o saldo do jogo foi
positivo pro meu time.
Acompanhe
comigo, em poucas linhas, os memoráveis eventos: estive em contato direto com
pessoas do mundo todo numa tal Jornada Mundial da Juventude, diante de um papa
que não se cansa de me golpear right on the nose. Ouvi o som vivo que saiu
da boca de diversos artistas que fazem parte da minha rotina, naquele Rock in
Rio. Partilhei momentos transcendentais com velhos e novos amigos, conhecendo
um Cristo vivo, pulsante e, por muitas vezes, grosso. Terminei o ensino superior ao lado de pessoas
que jamais sairão de minhas orações. Andei descalço na praia, salguei a pele no
mar, ganhei gincana, falei que amava, demonstrei que amava, ouvi que amava.
Rezei calado, chorei disfarçado, cantei desafinado, gargalhei exagerado,
conheci admirado, me embebedei moderado, me doei cansado. Em resumo: tive uma
dose cavalar de Deus.
Termino o
ano agradecido, com certeza. Deus tem me dado muito de si e só consigo sentir
gratidão por tudo isso. Agora só me resta traçar as metas. Vou me ater a 5,
para não estender o texto (sem ordem de importância):
- Saciar minha sede de ser alguém melhor. Não quero ser medíocre para os outros. Também não quero ser ídolo deles. Só o melhor que puder.
- Aumentar os lucros. Só eu sei o quanto minha conta bancária anda magrinha. Estou comprometido com 2014: encontrarei meu lugar na Administração Pública.
- Ler mais. Conhecer mais. Não parar de querer saber. Não frear a curiosidade.
- Doar mais. Doar o que eu sei, o que eu aprendi e o que é dom natural mesmo. Doar dinheiro, mas principalmente doar carinho. Doar minhas mãos e meus pés. Doar meu coração e minha razão. Me valer para outro crescer.
- Me encontrar com Deus, cada um dos próximos 365 dias. Em cada esquina, em cada rosto, em cada tropeço, em cada conquista. Até mesmo na presença daqueles que acham Deus baboseira e eu um idiota.
A sexta
meta eu já comecei a cumprir em 2013, agorinha mesmo: escrever mais. Percebo
que muito eu perco no meu emaranhado de ideias e quando eu tento decifra-las em
palavras eu também vou contando minha história, organizando minhas invenções
cabulosas e notando o caminho que eu estou trilhando.
Estou em um
dia propício para dizer: em 2014, não quero ser mero coadjuvante. Nem mesmo
protagonista. Quero ser co-autor mesmo. Assumir a direção e o roteiro, junto
com meu todo-poderoso parceiro. Quero, entre 2013 e 2014, um ":" (dois pontos).