31 de dezembro de 2013

Dos conectivos.

Quem conhece o meu Mundo de Sofia sabe: trato os anos como frases e ligo os anos com os conectivos que a gramática oferece (ou com o que eu sei dela, o que não é muito). Desse modo, sempre utilizo um conectivo para ligar o tempo que vai passando. Eis como funciona: “2010, mas 2011. 2012...”. Acho que, agindo assim, me sinto mais autor do que me ocorre, ou talvez mais leitor. Mas sempre me vale uma boa verificada das pegadas que ficaram.
Acho meio engraçado o que a virada do ano desperta na minha cabeça. Me sinto um Globo Repórter diante de uma Retrospectiva, acrescentado de um Pasquale diante de uma análise sintática e, mais ainda, um filósofo fajuto que tem tempo certo pra funcionar. Todavia, esse “exame do que passou” sempre me rende bons risos, olhos marejados, caretas de asco e outras reações que não merecem respeito. De qualquer forma, aproveito para avaliar, fazer balanço e traçar metas, tal qual uma empresa deve fazer.
E foi assim: 2012 mas também 2013. Isso mesmo. Meu 2013 esteve conexo com o ano anterior por uma conjunção aditiva. Não sei explicar muito, mas sinto que muito me foi acrescentado nos últimos dois anos. 2012 foi o começo de uma nova frase e 2013 veio em acréscimo.
Veja bem: não quero dizer que tudo permaneceu inerte, no mesmo período, sem clímax, sem adversidade, sem figura de linguagem. Não. Houve soma, acréscimo vultoso.
Ganhei bastante em 2013. Não dinheiro, mas amigos, experiências, coragem, intimidade, abraço, beijo... Ganhei por diversas vezes de mim mesmo, naquela nossa batalha diária contra nossas próprias pobrezas, sabe? E estou me sentindo artilheiro. Claro que também perdi, dei rasteira e cometi pênaltis. Mas o saldo do jogo foi positivo pro meu time.
Acompanhe comigo, em poucas linhas, os memoráveis eventos: estive em contato direto com pessoas do mundo todo numa tal Jornada Mundial da Juventude, diante de um papa que não se cansa de me golpear right on the nose. Ouvi o som vivo que saiu da boca de diversos artistas que fazem parte da minha rotina, naquele Rock in Rio. Partilhei momentos transcendentais com velhos e novos amigos, conhecendo um Cristo vivo, pulsante e, por muitas vezes, grosso. Terminei o ensino superior ao lado de pessoas que jamais sairão de minhas orações. Andei descalço na praia, salguei a pele no mar, ganhei gincana, falei que amava, demonstrei que amava, ouvi que amava. Rezei calado, chorei disfarçado, cantei desafinado, gargalhei exagerado, conheci admirado, me embebedei moderado, me doei cansado. Em resumo: tive uma dose cavalar de Deus.
Termino o ano agradecido, com certeza. Deus tem me dado muito de si e só consigo sentir gratidão por tudo isso. Agora só me resta traçar as metas. Vou me ater a 5, para não estender o texto (sem ordem de importância):


  1. Saciar minha sede de ser alguém melhor. Não quero ser medíocre para os outros. Também não quero ser ídolo deles. Só o melhor que puder.
  2. Aumentar os lucros. Só eu sei o quanto minha conta bancária anda magrinha. Estou comprometido com 2014: encontrarei meu lugar na Administração Pública.
  3. Ler mais. Conhecer mais. Não parar de querer saber. Não frear a curiosidade.
  4. Doar mais. Doar o que eu sei, o que eu aprendi e o que é dom natural mesmo. Doar dinheiro, mas principalmente doar carinho. Doar minhas mãos e meus pés. Doar meu coração e minha razão. Me valer para outro crescer.
  5. Me encontrar com Deus, cada um dos próximos 365 dias. Em cada esquina, em cada rosto, em cada tropeço, em cada conquista. Até mesmo na presença daqueles que acham Deus baboseira e eu um idiota.

A sexta meta eu já comecei a cumprir em 2013, agorinha mesmo: escrever mais. Percebo que muito eu perco no meu emaranhado de ideias e quando eu tento decifra-las em palavras eu também vou contando minha história, organizando minhas invenções cabulosas e notando o caminho que eu estou trilhando.
Estou em um dia propício para dizer: em 2014, não quero ser mero coadjuvante. Nem mesmo protagonista. Quero ser co-autor mesmo. Assumir a direção e o roteiro, junto com meu todo-poderoso parceiro. Quero, entre 2013 e 2014, um ":" (dois pontos).

6 comentários:

  1. Me sentindo uma fã quando a banda favorita, já falecida, resolve voltar a tocar! Hahahha
    Beijo e ano novo lindo, porqo!

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    1. Tão feliz que alguém lê e gosta. x)

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    2. Já estava com saudade dos seus posts...é muito bom fazer sua própria retrospectiva e o melhor ainda é saber que ocorreu exatamente o que escreveu...vc é demais S2!!!

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  2. Mais alguém que lê. E gosta o/
    Novo ano feliiiiz!!!

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  3. No aguardo por novas publicações, vou fiscalizar o cumprimento da sexta meta.
    Att. AMaria, Membro extenso da sociedade dos poetas mortos-vivos.

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