7 de junho de 2011

Hoje me perguntaram se eu acredito em Deus.

Eu sei que me foi perguntado porque é uma questão sem nível acusatório algum. Sem pretensões de discriminar ou interrogar. Um querer-saber irrelevante para o perguntador. É sim ou não (ou os dois) sem nem porquê.

Acontece que pra mim não. Acontece que quando tais palavras foram pronunciadas, naquela sala, pra ninguém ouvir, só eu e quem queria puxar assunto, minha garganta se enrolou num nó como aqueles quando a mãe pergunta se a gente quebrou a porcelana que ela tinha ganhado da vó no chá de panela. Aquele nó que a gente sente quando, em um esforço grego, a gente engole o choro pra se mostrar mais forte. Aquilo que faz a laringe quando a gente tem que falar pro nosso amigo que nossa amizade faleceu.

Não foi trivial. Nem me veio banalizada a pergunta.

Foi o primeiro momento, desde há muito, quando minha cabeça ainda queria poder entender os processos neurológicos, hormonais, sentimentais... Foi o primeiro momento que pude dizer, de peito aberto, consciência limpa e coração inflamado: sim, eu acredito. Então eu brilhei...

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