26 de março de 2009

Encontros e Despedidas


"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma; até quando o corpo pede um pouco mais de alma. Eu sei, a vida não pára (a vida é tão rara)."
Lenine
Paciência

Conheci alguem. Não que seja algo raro, mas este caso me fez pensar: quantas pessoas conheço, mas não converso? E a situação fica ainda mais estranha quando o outro também me conhece, mas nunca estabeleceu um diálogo comigo. Quer dizer, somos estranhos conhecidos ou amigos anônimos.
É dificil, mas há que se admitir que estabelecer contato direto, sem precedentes nem intermediários, ainda é um ato complicado. Deve-se reconhecer que nunca sabemos como será a recepção ao nosso "Olá"; aliás, a premissa que possuímos é que, na verdade, seremos recebidos com um grande pé atrás. Chato: perde-se a oportunidade de conhecer pessoas magníficas.
Lembro-me bem que, ainda criança, certa vez tive uma idéia. Olhando pra uma foto minha com alguns amigos, comecei a reparar no plano de fundo: será que alguma dessas pessoas que está em segundo plano na foto, será meu amigo um dia? Será que algum desses desconhecidos passará a ser meu ídolo? E o mais desconsertante: será que minha futura esposa está aqui e eu não consigo enxergá-la ainda?
Parece loucura, mas creio que pessoas do presente em algum momento já esbarraram em mim no passado. Assim como, creio que pessoas do futuro passam por mim na rua e nem sequer nos reparamos. Estamos todos interligados numa rede social indissolúvel que só tende a dilatar. O inimigo pode estar do meu lado, e meu amigo pode ser aquele vizinho estranho. Este pensamento atiça o meu homo sociabilis e faz-me agradecer pelas incríveis pessoas que já conheci. Contradizendo outro blog, não quero nunca voltar a ser primata.

6 comentários:

  1. Refiro-me exatamente a este tipo de circunstancias.

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  2. Esse mundo é muito pequeno. Ou talvez seja Campo Grande... ou talvez seja o Danilo que seja exageradamente popular... ou talvez seja porque estudei na mace e a mace tinha gente de mais... ou talvez seja porque ando de ônibus... e bem, o ônibus está sempre lotado de gente que tem alguma coisa em comum comigo (mora perto de casa ou da faculdade). O fato é que todos os dias encontro amigos de amigos de amigos e viramos amigos dos amigos dos amigos... A vida tem dessas coisas... desses encontros. Parabéns pelo blog Danilo... vou acompanhar sempre!

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  3. Cara! Eu fiz teatro com essa membrana e ele era apenas um bebê!
    O Renan foi me assistir uma vez mto nada a ver no teatro, e dois anos depois nos falamos todo dia no msn, e vamos dividir uma nuttela... que coisa...

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  4. aliás, amigo, essa coisa coincidencial de pessoísticas que vc menciona aí no seu post tem muuuuuito a ver com aquelas "brisas" que te contei naqueles dias. Mas é uma das partes que eu não lembro direito (só na vibe do negócio) e que eu não mencionei a você (assim como outras milhões de brisas que se encaixam naquelas outras que se emaranham em uma coisona só).

    =*

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