15 de setembro de 2012

Positiva-idade.

Quem nunca esfregou a caneta atrás da cabeça, até que ela esquente, e tentou fazer grudar uns pedacinhos de papel picotado, antes repousados sobre a carteira?
A primeira vez que vi alguém tendo sucesso com essa experiencia, me senti trapaceado, como em qualquer show de mágica pitoresca que assisto. Que que eu não vi?
Eis que, tempos depois, meu professor de química desmistificou a mágica da caneta grudenta. De acordo com ele, ao atritar a caneta no cabelo, algo acontecia com as cargas elétricas que a transformava em um pseudo-imã que fazia atrair os papéizinhos. Algo que chamaram de eletrização por indução ou alguma coisa assim.
Crescido, agora eu reparo numa presença em especial que, assim como as canetas ionizadas, parece retirar qualquer íon negativo que, desapercebido, foi pairar na minha áurea sem que eu percebesse. É um tipo de vassoura eletronegativa que varre todos os resquícios de sentimentos ruins que pudessem estar me tomando.
É um sorriso. Uma palavra. Uma rima. Um samba. Um agradecimento.
Diante de todo aquela sensação de que o céu nos girava em seus braços, não pude compreender quando as palavras chegaram ao meu ouvido: "cada um de voces faz a diferença na minha vida". Não pude, porque parecia que o único beneficiado com a positividade ali era eu. Parecia até egoísta da minha parte querer tomar tudo que houvesse de bom ali para o meu bem-estar. Mas vieram essas palavras de carinho e, em seguida, aquele agradecimento, para mim descabido.
Olha, quisera eu poder colocar uma conclusão, um clímax na história, uma lição de moral. Mas meu poder de compreensão não consegue se fazer ouvir.
No momento, ele soa rouco, manso, ritmado num samba, servido de muita energia que não posso traduzir. A imagem que fica é só da coisa boa que essa figura traz. Uma alegria de estapear qualquer sagitariano bem vivido.
Que a felicidade seja nosso altar nessa noite.

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